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Opções de fundraising para startups e scaleups – análise | Blog Wink


Intro – um pouco de contexto (e história)

É bem verdade que o nosso ecossistema de inovação tem evoluído no Brasil; a cada dia, mais (e melhores) empresas e empreendedores(as) surgem em todos os cantos do país. Com esse amadurecimento, os pilares que suportam o ecossistema também precisam evoluir, dentre eles, o capital para inovação (e sua disponibilidade).


O desenvolvimento de instituições e veículos voltados para o investimento em inovação (nesse caso, leia-se “investimento em startups e scaleups”) ainda é recente no Brasil. O Novarum e o Criatec, fundos pioneiros de Venture Capital (VC) no país, foram lançados entre 2004 e 2007- ou seja, temos uma “indústria” de VC ainda muito recente e em amadurecimento.


Felizmente, apesar de jovem, a nossa “indústria” de financiamento à inovação tem evoluído rápido. Com o surgimento de grandes cases e unicórnios nacionais, e apoiado por um contexto macroeconômico menos favorável aos investimentos atrelados à Selic, o interesse em torno do financiamento a startups e scaleups tem contribuído para a evolução acelerada da indústria. Em um cenário muito diferente daquele encontrado nos “anos 2000”, atualmente os empreendedores possuem um leque de opções de financiamento (e financiadores) à sua disposição.


A seguir, vamos comentar sobre algumas dessas opções de fundraising que os empreendedores podem buscar.


Fontes de Financiamento


1. Crowdfunding

O crowdfunding é uma fonte de financiamento coletivo, ou seja, composta por muitos pequenos investidores (ou apoiadores) realizando pequenos aportes, que juntos completam o montante a ser captado.


Apesar de ter se popularizado no Brasil como uma ferramenta de apoio a projetos e causas sociais (por meio de doações), o crowdfunding possui uma ampla gama de modelos e estruturas elaborados para o financiamento de startups e scaleups.


O modelo mais difundido no Brasil para o investimento em negócios, via financiamento coletivo, é o de equity crowdfunding. Nesse modelo, a empresa cede quotas de participação diferenciadas (com direitos e deveres limitados) em troca do aporte financeiro dos pequenos investidores.


O equity crowdfunding é uma boa opção para empresas que: a) estão em estágios iniciais de desenvolvimento e tração, e que portanto teriam dificuldades em serem atrativas para investidores institucionais, e/ou; b) já captaram parte da rodada com um investidor líder e buscam complementar o aporte desse investidor de forma rápida.


Para os empreendedores que estão considerando o equity crowdfunding como uma opção de captação de investimento, atualmente no Brasil alguns players se destacam nesse mercado: StartMeUp (SMU), Eqseed, Beegin e Captable.


Além do equity crowdfunding, uma outra opção que as empresas podem adotar como fonte de financiamento é o modelo de rewards. Nesse modelo, mais comum para empresas que desenvolvem produtos (em especial para aquelas soluções em fase de MVP), a empresa oferta recompensas (como o produto em si) para os investidores da campanha.


Vale destacar ainda que o financiamento via crowdfunding gera muita exposição em torno da empresa (e/ou produto) que está sendo financiado, bem como permite aos empreendedores a realização de testes e validações com um menor risco financeiro. Entretanto, essa é uma via que também exige muitos esforços para ser viabilizada, bem como, conforme destacado, gera uma ampla exposição da marca e/ou do produto – o que pode não ser bem vindo a depender do momento ou interesse da empresa.


2. Investimento Anjo

O investimento anjo já está difundido no Brasil há algum tempo e possui um modus operandi mais consolidado. O aporte é feito tipicamente por um grupo de pessoas físicas, através de uma estrutura de “mútuo conversível”. É comum ainda que essas pessoas se organizem via associações, como a Anjos do Brasil, a Gávea Angels e a Poli Angels.


Em geral, os investidores anjo realizam os primeiros (e menores) aportes no ciclo de vida de uma empresa. E, devido ao crescente interesse em torno das startups e scaleups, e do menor volume financeiro necessário para a realização de uma rodada anjo, o número de interessados em realizar esse tipo de investimento tem crescido vertiginosamente. Dessa forma, cabe aos empreendedores analisar os potenciais interessados e decidir por aqueles que mais se adequem ao seu negócio. Abaixo, três pontos importantes para se avaliar em um potencial investidor anjo:

  • Histórico como investidor: Qual o track record desse interessado? Ele já realizou outros investimentos antes? Como estão as empresas investidas por ele?
  • Histórico profissional e conhecimento do mercado/da operação: Quais atividades profissionais esse interessado exerce ou já exerceu? Ele atuou no meu mercado e/ou conhece minha área de atuação profundamente? Como ele conseguiria me ajudar a evoluir o negócio? Ele conseguiria me ajudar a partir da rede de contatos dele?
  • Fit Cultural: É sempre importante relembrar que o investidor também será um sócio da empresa. Logo, esse interessado tem um perfil que me agrada? Nós temos uma visão comum para o negócio? Há um ambiente saudável de discussão e relacionamento entre o interessado e os demais sócios?


A partir dos pontos acima, nossa recomendação aos empreendedores é de que sempre busquem investidores anjo que tenham um fit cultural, e que possam agregar algo à empresa além do recurso financeiro. No momento inicial da jornada, validar a solução e encontrar o Product-Market Fit (PMF) é mais importante (e difícil) do que acessar capital financeiro. Dessa forma, a decisão pelo investidor anjo não deve estar relacionada exclusivamente ao aporte financeiro.


3. Venture Capital (VC)

O Venture Capital é, provavelmente, a forma mais conhecida de investimento em startups e scaleups, contando com investidores tão badalados quanto as suas investidas, ex: Canary (Buser e Loft); Redpoint eventures (Nubank e Creditas); Kaszek (Quinto Andar, Gympass e Guiabolso); Astella (RD Station e Omie), dentre outros inúmeros casos.


Os VCs, em geral, atuam com prazo determinado para alcançar o retorno de seus investimentos, de forma que dificilmente permanecerão como sócios das investidas por muito tempo (em média, menos de 10 anos). Logo, para que consigam alcançar seu retorno em uma janela tão curta de tempo, os VCs precisam ser mais precisos em seus aportes de forma que possuem, em geral, atuações mais focadas.


Uma primeira delimitação de foco passa pelo porte das empresas. Existe uma série de VCs especializados em empresas early stage e que buscam capital para criar/testar produtos e estratégias de go-to-market, na busca por estabelecer seu PMF. Outros VCs, por exemplo, já buscam empresas na fase de Growth, com o PMF estabelecido e que usarão o investimento para acelerar e escalar seu crescimento. Por sua vez, também existem VCs que buscam empresas mais late stage, que em geral farão uso do recurso para estratégias específicas, como internacionalização, aquisições, etc.


Além da delimitação por porte, outras características compõem a Tese de Investimento de um VC – uma espécie de checklist com premissas e condições que as empresas precisam cumprir para despertar o interesse daquele investidor. Essas outras características podem ser: mercado de atuação, modelo de negócios, diluição dos empreendedores, perfil dos clientes, concentração da carteira de clientes, etc.

Em suma, para quem está buscando investimento via Venture Capital, a principal dica é: entenda a Tese de Investimento daqueles investidores que te interessam (com isso, poderá focar seus esforços naqueles contatos que realmente fazem sentido), e busque recomendações (conforme destacamos nesse artigo, as indicações são elementos poderosos no processo de análise de uma empresa por um investidor).


4. Debt

Por fim, uma via que sempre esteve disponível, mas que tem ganhado melhores condições para startups e scaleups recentemente, são os instrumentos de dívida.


A contratação de financiamentos pode ser uma boa saída para aquelas empresas que não possuem demanda por um elevado volume de recursos e/ou que não querem comprometer seu captable com a vinda de um sócio investidor naquele momento.


Além das linhas de financiamento tradicionais, bancos de desenvolvimento regionais (com apoio do BNDES e da Finep) ofertam linhas especiais para o financiamento a inovação, com condições muito atrativas. As empresas interessadas precisam elaborar um projeto demonstrando qual será a aplicação do recurso e, posteriormente, realizar uma prestação de contas. Ainda assim, dependendo do contexto da empresa, esse esforço extra é compensado pelas melhores condições do empréstimo (muitas vezes, com taxas anuais próximas à Selic).


Além dos bancos tradicionais, players especializados em fornecer crédito à startups e scaleups tem surgido no mercado, como a Brasil Venture Debt e a A55, permitindo que os empreendedores tenham mais opções de recurso disponíveis.


Resumindo…

… atualmente, os empreendedores possuem à sua disposição toda uma sorte de opções de fundraising para seus negócios, de forma que escolher a via que melhor se adequa à sua startup ou scaleup no momento, e principalmente para o futuro, passa por caminhos cada vez mais acessíveis, mas não menos desafiadores.


Em geral, na decisão por um caminho de fundraising para o seu negócio, é importante sempre lembrar que as condições para acessar o recurso são muito mais importantes do que o recurso em si.


E, para ter sucesso nesse processo, muitas vezes é importante contar com o apoio de especialistas, como a equipe da Wink, que oferece soluções financeiras personalizadas e eficientes, incluindo CFO as a Service. Então, agende uma conversa agora mesmo!

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